Portugal

CAPELA DO SENHOR DA PEDRA





CAPELA DO SENHOR DA PEDRA
na praia de Miramar, Gulpilhares, Vila Nova de Gaia
A Capela do Senhor da Pedra, em Miramar, foi construída no século XVII em cima de um rochedo mesmo junto ao mar.
De estilo Rococó, tem forma hexagonal, símbolo da duplicidade do triângulo convergente.
Assim alçada no rochedo a formosa Capela pertence ora à maciez da terra ora ao movimento arrebatador do mar.
O local é, certamente, o mais antigo lugar de culto da freguesia e crê-se que antes de ser templo católico teria sido altar pagão de carácter naturalista, dos povos pré-cristãos, cujas divindades eram veneradas em plena natureza. Posteriormente terá sido convertido ao Cristianismo
Não se sabe bem a razão pela qual a capela foi construída naquele sítio, mas o que é certo é que o tempo passa, as tradições vão-se cumprindo, e o Senhor da Pedra continua a abençoar a pequena capela e a protegê-la da fúria do mar.
Tem um Altar-mor e dois retábulos laterais de talha dourada, de estilo Barroco / Rococó e diversa estatuária religiosa, sendo de salientar a imagem de Cristo crucificado.
Desde tempos antigos que, no Domingo da Santíssima Trindade, se realiza a Romaria do Senhor da Pedra, em que os fieis pagam as suas promessas e agradecem as graças concedidas. Esta romaria tem a duração de três dias e termina com uma procissão na Terça-Feira..A praia e a respectiva capela do Senhor da Pedra,são um dos marcos da cultura e da tradição religiosa portuguesa.
Li algures que "neste lugar único, existe a fusão entre o mar, a fé e misticismo popular".



CAPELA DO SENHOR DA PEDRA, EM DIA  D E FESTA.






Vinho do Porto


Douro:Patrimônio da Humanidade em cenários e sonhos

Beber vinho do Porto é saborear um pouco de sua história. A região montanhosa do Douro, em Portugal, onde parreiras são cultivadas em jardins suspensos esculpidos pela mão do homem, foi a primeira região vinícola demarcada no planeta, em 1756, pelo futuro Marquês de Pombal.
 A região foi declarada pela Unesco patrimônio da humanidade em 2001. A casa mais antiga do Porto, que sempre sofreu influência direta dos ingleses, a Warre & CO, foi fundada em 1670. A tradição está presente em toda garrafa de vinho fortificado aberta.
Colheita: 1937

Provar uma safra recente de um Tawny (uma das classificações do Porto), portanto, já é uma experiência que carrega esta rica herança em cada gole. Ter a oportunidade de degustar um Porto Colheita da safra de 1937 (da Casa Burmester), então, é mais que uma oportunidade rara. É um momento sublime para os amantes dos caldos do Douro: é o encontro do trabalho de uma geração do início do século com a elegância revelada na taça décadas depois.
Trata-se de uma epifania vinífera. Um Porto desta idade revela cores de matizes acobreadas, aromas oníricos e evoluídos. O doce, e o álcool, na boca é dionísico e a acidez presente confere a vivacidade que mantém o conjunto harmônico e a complexidade exuberante. O vinho não é doce à toa. O acréscimo de aguardente vínica corta o processo de fermentação preservando parte do açúcar residual e garantindo longevidade ao fortificado.
Os descritivos de um Porto desta idade são todos superlativos: aromas infinitos de frutas secas, creme brulê e mel que chegam em ondas e volatizam na taça mesmo depois de esvaziadas – e fica aquela cena bizarra de narizes enfiados em copos sem vinho, mas com um Porto virtual suspenso no ar. A intensidade de boca e de fim de boca são longuíssimos – recomendam evitar a escovação dos dentes pelo menos até a próxima refeição.

Porto e filosofia

O Porto é um vinho contemplativo, como um romance de Machado de Assis, que envolve pelas camadas narrativas. Os Portos mais antigos têm a densidade da filosofia. Aliás, vinho do Porto, com sua doçura e viscosidade, na modesta opinião deste colunista, é um vinho que harmoniza com a leitura, com o pensar e o diálogo.